OS TRÊS PROCESSOS-CHAVE DA EXECUÇÃO

22/02/2013 13:54

 

Por Daniel Castello* | Endeavor

Execução, na prática, é a forma de coordenar os três processos-chave de qualquer negócio: o processo de pessoas, a estratégia e o plano operacional.

O grau de consistência entre os três processos é o que define o grau de maturidade de uma organização. Quando a empresa é jovem, eles são muito informais e não estão ancorados em procedimentos, ferramentas ou sistemas. Com o passar do tempo eles vão se formalizando e se instrumentalizando. Isto é normal. Mas, mesmo muito simples, eles sempre existem... Desde o dia 1.

Processo de pessoas

O primeiro dos três é o processo de pessoas. Ele define se a pessoa certa está no lugar certo, mede seu desempenho a cada momento, e sua capacidade de crescer com a organização. Implica também em tomar decisões quanto a quem deve ganhar mais do que quem e em definir o modo como se ligam metas e remuneração. Em suma, é o que baliza todos os processos, rituais e práticas de RH, que vão sendo construídos à medida que a organização cresce (aquilo que Bossidy & Charam chamam de "Software Social") e que vão dando forma à cultura da organização.

Processo de estratégia

O segundo processo é o processo de estratégia, que em síntese define a direção para a empresa e o modo como ela é apontada nesta direção. Implica em avaliar o mercado e em definir o método como se colhem informações sobre a concorrência. A estratégia define as perguntas que importam e o modo como construímos as respostas. E também define com que frequência isto é feito e quem é envolvido. Define ainda os alvos e desdobra as metas. Distribui responsabilidades e recursos. E, finalmente, define como é feita a comunicação de cada um destes aspectos à organização, ligando as pessoas e cada operação aos objetivos estratégicos. 

Processo de operação

O terceiro processo é o processo de operação. Este processo é o responsável pelo fazer, pelo dia a dia da organização. É como a estratégia vira ação, como as iniciativas são sincronizadas, como a operação é gerida. É o que define que indicadores são observados. Como erros viram aprendizado e como aprendizado vira mudança. Em síntese, é como nos mantemos em contato com a realidade, é como tomamos decisões e mudamos o rumo baseados em riscos e oportunidades. Permite antecipar tendências e garantir resultados a partir de ajustes rápidos.

Empresas que executam bem praticam os três processos com disciplina, intensidade e profundidade. Elas sabem quem vai fazer o trabalho e como será avaliado e responsabilizado. Elas sabem que recursos humanos, técnicos, de produção e financeiros são necessários para executar a estratégia. E elas sabem que recursos serão necessários daqui a dois anos, quando a estratégia for para o próximo nível.

Os três processos são intimamente interligados. A estratégia leva em conta as pessoas e a realidade operacional. As pessoas são escolhidas e promovidas, levando em consideração os planos estratégicos e operacionais. As operações são ligadas aos objetivos estratégicos e às habilidades das pessoas.

O empreendedor e sua equipe de executivos devem estar profundamente envolvidos nos três processos. Eles são os donos dos processos, não o pessoal de planejamento estratégico, de recursos humanos ou de finanças. Ele é o encarregado de fazer acontecer, gerenciando os três processos-chave, escolhendo outros líderes, estabelecendo o direcionamento estratégico e conduzindo as operações.

Não é fácil, mas o prêmio vale a pena. É a diferença entre sucesso e fracasso.

*Sobre o autor: Daniel Castello é Diretor de Consultoria do Grupo Holomática.


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