
Quanto o Big Data vale para você?
27/12/2012 10:05Especialistas dizem que as regras de contabilização precisam levar em consideração o fato de que a informação tem valor e que deve ser refletida nos livros da empresa
Os líderes de negócios que querem valorizar seus dados com o mesmo rigor e disciplina aplicado a ativos físicos estão sendo frustrados por práticas contábeis obsoletas. Essa foi a afirmação central de um painel de especialistas durante uma reunião do Clube dos Executivos de Chicago no início desta semana .
A informação tem um valor perceptível e que deve ser contabilizado nos livros de uma empresa, de acordo com Doug Laney, vice-presidente de análise e gerenciamento de informações do Gartner. Laney é mais conhecido por sua contribuição na influente pesquisa de 2001, onde emoldurou Big Data dentro dos conhecidos três “Vs”: velocidade, volume e variedade.
Infelizmente, declarou Laney, práticas contábeis ainda não se deram conta dessa necessidade. Ele observou que, após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, companhias de seguro negaram ter algum dado relacionado para ajudar nas pesquisas, pois elas não tinham colocado esses ativos em seus balanços. O padrão de contabilidade financeira atual ainda “exclui explicitamente” os dados, disse.
A situação pode ser um pouco melhor internacionalmente. Apresentando o painel, Bob Kress, diretor-executivo da Accenture, observou que os “dados” foram adicionados como uma classe de ativos durante a Cúpula do Fórum Econômico Mundial em Dubai, em novembro.
Laney contou que alguns clientes do Gartner têm pedido não só dicas de como valorizar mais as informações, como também de como gerar receita a partir dos ativos de dados. Alguns “dark data” – informações captadas e não usadas – podem ser a nova “galinha dos ovos de ouro”, explicou.
Integrante do painel, Michael Connor, vice-presidente corporativo de arquitetura de dados da seguradora QBE North America, disse que os dados foram, em geral, avaliados. Mas ecoando Laney, afirmou que diferentes tipos de informações e seus devidos valores não estavam sendo capturados a partir de um ponto de vista contábil.
Ele sugeriu que as empresas precisam de uma forma mais sutil de contabilizar o valor dos diferentes ativos de dados. “Quer você queira ou não, a quantidade e variedade de informações está se expandindo exponencialmente”, disse o palestrante John Lewis, presidente e CEO do grupo de consumidores da Nielsen. Lewis chamou a plateia de cerca de 150 executivos a “abraçar essa tendência” e permitir a transição em suas organizações, pois “compreender a informação é uma competência” que precisa de pessoas, processos e plataformas certas. Ele aproveitou para dizer, também, que os executivos que afirmam que o fenômeno de Big Data está sendo exagerado “estão para trás e vão ficar ainda mais atrasados.”
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Perguntado onde as organizações erram em sua abordagem de dados, Lewis disse que um erro comum das companhias é “se apaixonar por seus próprios dados” e não incorporar fontes externas, tais como a indústria ou as informações de consumo. “Você ficaria surpreso com o quão comum é essa situação”, indagou.
Fonte: Contmatic
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