Novas normas contábeis (IFRS) exigem ainda mais dos profissionais de contabilidade

Novas normas contábeis (IFRS) exigem ainda mais dos profissionais de contabilidade

Há muito tempo estudiosos do mundo todo procuram desenvolver conceitos para facilitar a vida dos investidores na análise das demonstrações financeiras. Em 2004, após o insucesso de estudos nos Estados Unidos da América, foi publicado na Inglaterra um conjunto de pronunciamentos contábeis mundialmente reconhecido e conhecido pela sigla IFRS,  International Financial Reporting Standards, ou, simplesmente, normas internacionais de contabilidade.

Os estudos foram motivados pelas dificuldades enfrentadas por empresas multinacionais na conversão das demonstrações financeiras para a consolidação na matriz. É importante lembrar que a contabilidade é avaliada pela sua capacidade de fornecer informações úteis ao processo decisório dos usuários.

Com o advento da Lei 11.638/2007 passou a ser exigido o IFRS, a partir de 2010, para instituições financeiras e empresas de capital aberto. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão criado em 2005 pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) com as atribuições de estudar, preparar e, exclusivamente, divulgar procedimentos de contabilidade passou a comandar a implantação das novas normas contábeis.

Entre elas, o CPC definiu que, a partir de 2011, a adoção do IFRS passa a ser exigido para todas as empresas, inclusive micro e pequenas (MPEs), mesmo aquelas optantes pelo regime de tributação do Simples Nacional. Em princípio parece um descabimento, pois, recentemente, foi amplamente divulgado o projeto de lei  289/2008, do Senado Federal, que visa abolir a contabilidade para as empresas optantes pelo Simples Nacional, o que esperamos não ser aprovado, pois trata-se de um demasiado retrocesso.

Assim como a Lei 6.404/76 trouxe profundas alterações na contabilidade e os profissionais contábeis sentiram-se ameaçados quanto à continuidade da sua profissão, as novas normas contábeis provocam os mesmos sentimentos. As alterações são grandes, de difícil compreensão e exigem que o contador estude muito, o que nunca foi problema para esta classe, pois seguidamente são introduzidas inovações, tais como o Simples Nacional, que não tinha nada de simples, principalmente pela falta de clareza na legislação; e os diversos SPEDs, para ficar apenas em dois exemplos.

O custo e o tempo para a implementação das mudanças trazidas pela nova legislação são os principais fatores que dificultam a adoção pelas PMEs. Além de divulgada aos contadores, esta nova tarefa deve ser conhecida também pelos mais de cinco milhões de empresários que nunca ouviram falar em IFRS, a fim de serem sensibilizados a respeito do aumento do volume de serviço e responsabilidade que ela traz consigo e que será, obviamente, precificada pelos contabilistas e repassada aos clientes.

 

Fonte: https://www.contabeis.com.br/artigos/853/novas-normas-contabeis-ifrs-exigem-ainda-mais-profissionalismo/

 



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